Fluência leitora e dislexia
É claro que o disléxico pode melhorar a sua fluência leitora.
É claro que cabe à escola proporcionar o desenvolvimento desta competência.
É claro que os quatro primeiros anos de ensino formal são essenciais.
É claríssimo que a aprendizagem da leitura tem sido negligenciada nas escolas portuguesas.
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Será talvez importante, antes de avançarmos algumas pistas, perceber o que é afinal a fluência leitora. Assim, de forma esquemática, a fluência leitora é vista tradicionalmente como sendo a capacidade de ler um texto com um grau de lisibilidade adequado à idade de leitura do jovem e sem esforço, utilizando pouca atenção consciente na descodificação (Meyer & Felton,1999). “A fluência, isto é, a capacidade de ler um texto rapidamente, com precisão e com uma boa compreensão do mesmo, é a marca de um leitor proficiente”, confirma-nos Shaywitz (2008/2003, p. 253). A autora, mais à frente reforça que “À medida que os leitores se tornam mais fluentes, tornam-se também mais aptos a compreender melhor” (Shaywitz, 2008/2003, p. 301). Mais tarde, Hasbrouck e Glaser (2012) definiram fluência leitora seguindo a mesma linha de pensamento de Shaywitz, mas acrescentando que uma maior fluência leva não só à compreensão, mas também é um importante vetor para a motivação para a leitura.
Algumas características comuns relacionadas com a fluência em jovens disléxicos: Estas características influenciam negativamente (porque perturbam) a compreensão da leitura, tendo de ser, por isso, alvo de atenção, aquando do treino a partir de um programa estruturado.
Jorge da Cunha
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Referências
Hasbrouck, J., & Glaser, D.R. (2012). Reading fluency: Understanding and teaching this complex skill. Austin, TX: Gibson Hasbrouck & Associates.
Meyer, M. S., & Felton, R. H. (1999). Repeated reading to enhance fluency: Old approaches and new directions. Annals of Dyslexia, 49, 283–306. https://doi.org/10.1007/s11881-999-0027-8