As quatro Revoluções Industriais
da história da humanidade moderna
e a escola 4.0
(Hoje,
excecionalmente, não abordarei as problemáticas de leitura e escrita, mas um
assunto mais global, embora também atual.)
Primeira Revolução Industrial (1.0): ferro e carvão. O comboio e os caminhos de
ferro revolucionaram o mundo que se foi industrializando.
Segunda Revolução Industrial (2.0): energia elétrica e petróleo como combustível.
A energia e o combustível voltaram a revolucionar o mundo
Terceira Revolução Industrial (3.0): tecnológica. A Internet, principalmente a World
Wide Web (WWW), globalizou o mundo. O nosso conceito de distância
alterou-se, e a informação passou a ser de todos, está disponível para todos,
mas não é acessível ainda a todos. O excesso de informação passou a ser também
um problema. E, apesar desta fase se encontrar ainda em desenvolvimento, já aí
temos a...
Quarta Revolução Industrial(1)
(4.0): conhecimento e comunicação. Conhecimento é mais complexo do que
informação. O conhecimento transporta-nos para a competitividade. O
conhecimento, apesar de tanta informação, é mais difícil de alcançar porque é
construído através de décadas.
Por esta razão é que a Escola tem um
papel importantíssimo em toda esta matéria. Se a Escola não acompanhar esta
Revolução, fica no caminho. E o que é certo é que, de facto, os programas da
escola portuguesa estão a anos luz desta realidade (assim como algumas
escolas), o que nos vale ainda são alguns professores/escolas que têm a arte de
os transformar em realidades mais próximas da dinâmica social.
A escola não deve nunca ser diabolizada.
A diabolização, isto é, o achar-se que está tudo mal, leva à desmotivação e à
distanciação dos profissionais que aí fazem muitas vezes das tripas coração
para ultrapassar as dificuldades. Mas também não se pode pensar que está tudo
bem, que não há problemas (a reflexão devia ser uma prática comum das escolas e
dos professores), ou desviá-los para debaixo do tapete. Isto atrasa a evolução
e, consequentemente, o bem estar dos profissionais e dos alunos, bem como uma
aprendizagem virada para o mundo atual, para o mundo, mas não esquecendo que,
como dizia Miguel Torga, “o universal é o local, menos os muros”.
A escola deve ser o local da ousadia
cheia de inteligência/conhecimento (escola divergente, que promove a
criatividade e competitividade) e das emoções (fator de bem estar), não
esquecendo que a comunicação, apesar de ser, juntamente com o conhecimento, a
base da quarta Revolução, é um problema tremendo: é que a tecnologia liga-nos
ao mundo, mas não comunica e não traz necessariamente conhecimento. Por vezes,
o ruído é tanto que a informação passa a desinformação e o conhecimento a
banais opiniões. E a escola aqui tem um papel importantíssimo: o de transformar
o que parece complicado em simples, objetivo e equilibrado, não deixando nunca
de problematizar aquilo que alguns promovem como verdades absolutas (dois e
dois nem sempre são quatro), mas para isso tem de ter condições e profissionais
bons e diferentes, que também eles tenham e desenvolvam o pensamento
divergente.
Felizmente, conheço alguns, até muitos,
longe e bem perto de mim, por isso não me parece que o mundo esteja totalmente
perdido, porque não faz mesmo sentido que hoje alunos do século XXI tenham
professores do século XX com propostas teóricas do século XIX, da Revolução
Industrial (José Pacheco).
(1) O termo "Indústria 4.0" teve origem num projeto
estratégico de alta tecnologia do governo alemão. Foi usado pela primeira vez
em outubro de 2012 por Siegfried Dais e Henning Kagermann, que apresentaram um
conjunto de recomendações para implementação da Indústria 4.0 ao Governo
Federal Alemão.
Dez 2017