Apesar de alguns investigadores apontarem a dislexia como um problema exclusivo nos processos de leitura (Shaywitz, 2008/2003), aqui, por influência dos estudos mais recentes, quando se fala de dislexia engloba-se também os problemas específicos de escrita, decorrentes da dislexia: disgrafia: “(…) compreende um problema com o traçado e a forma da letra, e ainda com a configuração da escrita (…)” (Torres & Fernández, 2001, p. 75)e disortografia: “(…) conjunto de erros da escrita que afectam a palavra mas não o seu traçado ou grafia” (Garcia Vidal, 1989, citado por Torres & Fernández, 2001, p. 76). Contudo, Morais (1997/1994) apenas considera o termo disgrafia quando se refere à perturbação na escrita. Alves e Castro (2005) referem também que os sinais comportamentais mais frequentes da dislexia, para além da leitura, são as dificuldades associadas à ortografia: “Estas são mesmo frequentemente incluídas entre as características definidoras da dislexia” (s/p). Castro e Gomes (2000) concluem, dizendo que “Embora o termo dislexia acentue o aspecto de deterioração na leitura, a verdade é que a escrita não fica imune. Nas dislexias estão também afectadas as capacidades de escrita” (p. 150).
Jorge da Cunha (2010). Análise e intervenção em problemáticas específicas de leitura. Tese de Mestrado. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.