Dois aspetos fundamentais na
aprendizagem inicial da leitura, mas também na reeducação de alunos disléxicos:
a consciência fonológica e o principio alfabético. Afinal, o que são?
A consciência fonológica é a
habilidade que o ser humano tem de reconhecer e manipular os sons da fala
(refletir), depois de os ter adquirido inconscientemente à medida que os foi
ouvindo nos primeiros anos de vida. Ora, se tudo correr bem, no início da aprendizagem
da leitura, depois da tal aquisição inconsciente, o indivíduo começa a ter
consciência de que existem várias combinações de sons que formam palavras
diferentes, isto é, adquiriu Consciência
Fonológica: as palavras passam assim
a ser entendidas como construções formadas
por partes que podem ser segmentadas e manipuladas. Este processo bem
adquirido constituiu um pré-requisito para a fase da aprendizagem da leitura e
escrita, em que o indivíduo terá de dominar um outro processo importante: o
princípio alfabético.
O Princípio Alfabético é a relação existente entre som e letra, isto
é, entre fonema e grafema. O indivíduo só domina o princípio alfabético quando
entender que os sons das letras são os sons da fala, para isso tem de adquirir
a capacidade de analisar essa relação.
Os indivíduos que têm estes
dois processos bem adquiridos não terão dificuldade em aprender a ler. Mas
acontece que alguns, por razões várias, não os adquirem com a mesma rapidez que
a maioria, necessitando de uma segunda oportunidade; outros, para além dessa
segunda oportunidade, precisam de um treino acrescido com um programa
estruturado (disléxicos).
É preciso no
entanto perceber que o ato de pensar e manipular conscientemente os fonemas
exige competências que excedem a consciência fonológica e o domínio do
princípio alfabético.